Renascer
julho/87
Quantas vezes morri,
vagando obscuros
subterrâneos escuros...
de agressões indevidas,
desrespeito gratuito,
revoluções fenecendo alma...
que ajoelhada suplica
o renascer da ESPERANÇA.
VIDA grita mais forte,
eco percorre veias,
fluxo desperta AMOR,
suor elimina FEL,
coração irradia LUZ.
Volto a sonhar o hoje e
acenando para a próxima morte,
RENASÇO.
Acalanto
1973
Queria criança...
alma virginal, flor a desabrochar,
és a limpidez de um regato a murmurar,
és a canção que se ouve, mesmo sem cantar.
Observando-te embevecida, creio que através dos teus olhos meigos,
ao mundo inteiro se queira amar.
És o amor... a canção... a flor...
Para ti sempre um sorriso terei
e embora distante, em pensamento,
num doce acalanto, teu sono inocente velarei.
Sentirás em carícia a ternura
deste alguém que tanto te quer,
deste alguém que tanto te adora
e que de mãos postas, joelhos na terra, olhos no céu,
confiante, a DEUS por ti implora.
Este alguém que tanto te quer,
uma só ventura espera ter:
poder viver até a hora
de te ver botão-menina,
desabrochar em rosa-mulher.
Dádiva
1989
Ao perscrutar minh"alma
dei-me conta que ela sorria,
SORRIA PARA MIM.
Comunguei esta dádiva,
me envolvi no mistério,
com TERNURA contemplei caminhos;
entoando preces, restaurei crenças,
em suspiros domei o pranto,
nostálgica também lhe sorri.
PEREGRINAÇÃO
abril/88
Na busca... caminhada incerta;
O tatear a vida. PEREGRINAÇÃO. CONSTRUÇÃO.
Olhar através de... percorrer interior,
A matéria, o místico, contemplação.
Floresta virgem. No velho o novo...
Cicatrizes, bandagens, luzes, sombras.
O gerar no âmago. O aprisionar no silêncio.
Eu-comigo, o outro, o eco, renovação!
Olhos nos olhos, comunicação.
Almas afloram, cristalizando mensagens.
O dar-se as mãos, prosseguir, confiar.
A magia dos trigais, o enlaçar-se na canção.
Canção de infância entoando PUREZA,
Canção do encontro – prenunciando ADEUS.
Encanto, desencanto, conflito, superação.
O ocultar-se em brumas, hesitação...
A luta travada, o atar-se em ILUSÕES.
Grilhões de rosas... escrava sem feitor.
A doce visão do AZUL... o sonho mais profundo!
Confiança, aceitação, não mais sofrer.
Doação... Reciprocidade... Lealdade...
Medo saindo às carreiras... felicidades.
No visível – o invisível ... O BELO!
No indizível – o dizível... A PALAVRA.
Estrelas abrigadas no poema,
Cintilam ESPERANÇA; Sem toques irradiam-se afagos...
Carinho desperta, difundindo LUZ.
Em suspiros... AUSÊNCIA armazena TERNURA...
Nostalgia cirandando com a noite
O céu borda de flores...
Primavera em letargia SORRI.
Nuvens aninham desejo, espargindo clamor.
O NOME...
INTERAÇÃO... ÊXTASE... HARMONIA.
VOAR NAS ASAS DO AMOR...
Liberdade que aprisiona.
VIDA BUSCANDO VIDA... SAUDADES
E O HOJE, TOMANDO ARES DE ETERNIDADE...